segunda-feira, 10 de junho de 2013

Poesia Cervejeira - Ouvir Cervejas

Ouvir Cervejas

(Olavo Lambic)


"Ora (direis) ouvir cervejas!
Certo, perdeste o senso!"
E eu vos direi, no entanto
Que, para ouví-las,
muitas vezes desperto
E abro as garrafas, pálido de espanto

E conversamos toda a noite,
enquanto a Via-Láctea, como um pálio aberto,
Cintila.
E, ao fim dos goles, saudoso e em pranto,
Inda as procuro nos copos desertos.

Direis agora: "Tresloucado amigo!
Que conversas com elas?
Que sentido tem o que dizem,
quando estão contigo?"

E eu vos direi:
"Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e e de entender cervejas"

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